OPEP Fecha acordo para cortar produção e gera forte alta nos preços do Petróleo

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Os principais países produtores de petróleo acordaram hoje (30/11/2016), em Viena, reduzir a produção do óleo para diminuir a oferta e, assim, forçar a alta dos preços da commodity.

A decisão foi aprovada durante a 171ª reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

A extração será reduzida em cerca de 1,2 milhões de barris diários. Com isso, a produção diária mundial não deverá ultrapassar 32,5 milhões de barris diários, embora a expectativa da própria OPEP seja de um crescimento da demanda mundial em 2016 e em 2017.

Os termos desse novo acordo já tinham sido estabelecidos em setembro, quando o grupo aprovou o chamado Acordo de Argel, estipulando um corte na produção e o teto entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris extraídos por dia (bpd). O foco do Acordo de Argel, segundo explicou hoje o presidente da conferência, o ministro da Energia e da Indústria do Qatar, Mohammed Bin Saleh Al-Sada, era “acelerar a retirada dos estoques, trazendo o reequilíbrio do mercado”.

Um grupo de trabalho foi criado para estudar e recomendar a implementação do nível adequado de produção pelos países membros, discutindo o tema inclusive com representantes dos países produtores que não integram a OPEP. “Esses esforços exaustivos para construir um consenso entre todos os produtores têm sido vitais para o processo de construção de um acordo”, disse Al-Sada, comentando que limitar a produção de forma a “devolver uma estabilidade sustentável ao mercado” seria benéfico para as economias nacionais e mundial.

De acordo com Al-Sada, o Acordo de Argel vinha sendo capaz de deter “a deterioração dos preços”, até que, em 14 de novembro, os preços voltaram a baixar. “É vital que os estoques comecem a cair. Então os preços começarão a subir e a estabilidade retornará ao mercado. Todos os produtores compreendem a gravidade da situação e todos os consumidores também devem compreendê-la”, acrescentou o ministro, citando a perspectiva de a demanda mundial, em 2040, ultrapassar os 109 milhões de barris de petróleo diários – mais de três vezes o limite estabelecido hoje.

“Este crescimento exigirá investimentos significativos. Em geral, as necessidades estimadas de investimentos relacionados ao petróleo estão próximas de US$ 10 trilhões no período até 2040”, declarou Al-Sada, lembrando que, apesar das perspectivas otimistas para os produtores, os investimentos globais caíram entre 2015 e 2016 e especialistas afirmam que devem se manter nos atuais patamares por mais algum tempo.

Com o entendimento entre os países, ainda não oficializado pela entidade, mas já informado por alguns participantes do encontro, a cotação do barril de petróleo teve alta de cerca de 8% desde o início do dia, sendo que o Brent chegou a US$ 50,6 por barril, com crescimento de 8,37%, e o WTI foi a US$ 48,8, em alta de 7,99%.

Fonte: TN Petróleo