Brasil se posiciona contra cortes de produção em reunião com OPEP

O secretário de Petróleo do Ministério de Minas e Energia disse que não vê como um corte da oferta poderia resolver o problema dos preços baixos.

opep-23-11-2016

O governo brasileiro se posicionou contra um corte de produção de petróleo para impulsionar os preços globais, ao participar de uma reunião com membros e não membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

O secretário de Petróleo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Félix, que representou o país no encontro, disse que o Brasil tem uma economia de mercado livre, e assim não vê como um corte da oferta poderia resolver o problema dos preços baixos do petróleo. Ele lembrou que a Petrobras é uma empresa de capital aberto e, segundo ele, se os preços começam a reduzir muito, as empresas têm que dar um jeito de cortar custos e serem mais competitivas.

A OPEP fechou acordo em setembro para reduzir sua produção de petróleo para uma faixa entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia (bpd), com o objetivo de suportar preços globais, no primeiro acerto do gênero desde 2008.

Além disso, os países participantes também buscam apoio em outros países para evitar que alguns produtores tomem mercado daqueles que reduzirem a produção.

Além do Brasil, os países não membros da OPEP que participaram da reunião ocorrida em 29/10/2016, foram a Rússia, México, Azerbaijão, Cazaquistão e Oman. Alguns deles ainda vão estudar uma possível participação no acordo, como a Rússia e o México, segundo Félix.

Uma nova reunião da OPEP com outros países deverá ocorrer em 25 de novembro, antes da reunião oficial do cartel no dia 30.

Para o secretário de petróleo, o convite foi um “reconhecimento de que o Brasil é um ator cada vez mais importante no mercado mundial de petróleo”.

A produção de petróleo no Brasil subiu pelo quinto mês consecutivo em agosto, renovando um recorde mensal de extração pela terceira vez seguida, a 2,609 milhões de barris por dia (bpd), volume superior a muitos países da OPEP.

“Esse ano teve um crescimento muito expressivo e a produção brasileira já foi muito representativa em nível mundial”, disse Félix, que sugeriu à OPEP que faça reuniões em outros países e ofereceu o Brasil para ser sede de algum encontro.

No caso da Petrobras, a produção deverá cair no ano que vem ante 2016, informou a diretora de Exploração e Produção da estatal, Solange Guedes, em teleconferência em Setembro, citando alguns atrasos de plataformas, porém observa-se que outras petroleiras privadas e estrangeiras estão ampliando a produção no país.

Fonte: Exame.com