Petrobras reduz plano de investimento para US$ 74,1 bilhões em 5 anos

Valor é de 25% menor que os US$ 98,4 bi previstos no plano anterior. Plano divulgado em Setembro de 2016 prevê também US$ 19,5 bilhões em venda de ativos e ‘parcerias’ entre 2017 e 2018.

A estatal diz buscar a “recuperação da solidez financeira” e reduzir sua enorme dívida, que ao final de junho era de R$ 397 bilhões, sem precisar fazer novas captações no mercado financeiro.

Confira os principais pontos do Plano de Negócios:
– Redução de 25% nos investimentos, para US$ 74,1 bilhões em 5 anos
– Meta de US$ 19,5 bilhões em vendas de ativos e parcerias entre 2017 e 2018
– Previsão de redução da alavancagem (termômetro de endividamento medido pela relação de dívida líquida/Ebitda) de 5,3 vezes em 2015 para 2,5 vezes em 2018.
– Estatal espera elevar a produção total, de 2,62 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2017 para 3,41 milhões de boed em 2021, sendo 2,77 milhões no Brasil
– Petrobras vê preço médio do barril de petróleo Brent a US$ 48 em 2017; para 2018, projeção é de barril a US$ 56, subindo para US$ 68 em 2019 e em US$ 71 em 2020 e 2021.

Sabe-se que o corte de investimento foi geral, mas a empresa afirma que continuará priorizando investimentos em mais de 80% do total na exploração e produção, conforme figura abaixo.

Fonte: Petrobras
Fonte: Petrobras

O presidente afirmou em entrevistas que 2016 e 2017 serão os anos em que a Petrobras vai “apertar o passo” para alcançar a saúde financeira. “Depois desses dois anos, nós recuperamos o crescimento na nossa curva de produção e vamos ter um crescimento operando de maneira bastante disciplinada como tem que ser”, disse.

Segundo ele, o foco nos próximos dois anos será a recuperação da solidez financeira da Petrobras. “No horizonte total dos cincos anos desse planejamento, a nossa proposta é que a empresa tenha sido saneada, tenha padrões de governança e ética inquestionáveis para sustentar uma produção crescente, mas realista, e capaz de investir e se posicionar nos processos de transição por que passa o mercado de energia no mundo”, escreveu o presidente em comunicado.

O plano apresentado também inclui a “vendas de ativos”, chamada de desinvestimentos -– uma espécie de privatização, por se tratar de uma empresa com controle estatal. De acordo com a companhia, estão previstos US$ 19,5 bilhões de “parcerias e desinvestimentos” entre 2017 e 2018. O presidente garante que o crescimento da produção deverá chegar a 30% a partir de 2019, mesmo após os grandes desinvestimentos apontados.

A Petrobras sairá das atividades de produção de biocombustíveis como etanol, distribuição de gás de cozinha (GLP), produção de fertilizantes e das participações em petroquímica. Além disso, a empresa não pretende aumentar ativos no exterior até 2021.

As expectativas com a divulgação do plano são que a empresa se reestruture em questões organizacionais e estratégicas a fim de continuar contribuindo fortemente para a movimentação do mercado.

Fonte: G1 Globo